Estava um bocado de pé atrás por causa do protagonista mas tenho de dar o braço a torcer. Blood Diamond é um grande filme e até DiCaprio consegue largar aquele estigma de puto giro que o acompanha há anos. Melhor ainda está Djimon Hounsou, cujo rosto me remeteu imediatamente para o escravo julgado em Amistad! Tinha conhecimento há já algum tempo de que os diamantes financiavam guerras sangrentas nas zonas mais pobres do mundo. Não consigo é entender o fascínio que esses calhaus exercem sobre as pessoas. Marilyn dizia que são os melhores amigos das mulheres, Beckam e outros burgessos que ficam milionários a dar pontapés na bola usam-nos nas orelhas, qualquer menina casadoira sonha em ter um no dedo e quanto maior, melhor, servindo de barómetro do amor do noivo. E ninguém se lembra que uma simples pedra brilhante pode matar milhares e tornar milhões em refugiados. Que tipo de sociedade somos nós que passamos por cima disso numa coisa tão insignificante como uma pedrinha? Cheguem-lhe um bocadinho de calor a mais e até os maiores diamantes são efémeros e ficam reduzidos a pó, pois não são mais do que carbono.
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